A maioria (cerca de 70%) dos professores possui pós-graduação lato sensu e os que não possuem estão cursando ou pretendem fazê-lo em breve, o que mostra a disposição de estudar e a vontade de aprender. Nas escolas, o programa funciona, mais ou menos assim:
Observei grande empolgação nas cursistas da Escola Paul Harris (na foto, estão Rita, Rosana e Zilda) com os resultados obtidos a partir das oficinas propostas nos TPs, especialmente, a realização de uma gincana de leitura e produção de texto, em um sábado do mês de maio, que envolveu turmas de todas as séries do Ensino Fundamental II. Apesar da dificuldade de reunir todas , em dias e horários fixos ou pré determinados, as professoras procuram otimizar os encontros e torná-los produtivos, priorizando a aprendizagem dos alunos e o próprio crescimento intelectual. O maior entrave, percebido por mim, foi a falta de acesso à internet, uma vez que algumas cursistas não contam com a ferramenta em casa, e isso torna difícil a produção de determinadas atividades, como, por exemplo, o portfólio eletrônico e a troca de correspondências com críticas, sugestões e orientações via email.
Na Escola Raulino Sampaio, as cursistas (Penha, a 2ª da esquerda para a direita, Nazarete e Adna) se reúnem, no mínimo, duas vezes por mês para planejar as atividades e oficinas que irão aplicar, bem como, para fazer reflexões a partir dos textos teóricos constantes nos TPs. Aqui, pude observar o excelente entrosamento entre as cursistas de Língua Portuguesa e Matemática, que costumam participar dos encontros, contribuir com idéias e elaborar atividades e projetos interdisciplinares, envolvendo as duas áreas do conhecimento. Como as professoras de Português dessa escola costumam estudar, trocar idéias e participar de capacitações, é visível o prazer de participar do Gestar e compartilhar com os alunos os conhecimentos adquiridos. Observei, ainda, nesse grupo um espírito de companheirismo louvável, uma vez que a cursista da Escola Laura Vicuna (Emanuela, a primeira da esquerda, na foto acima) participa dos encontros e compartilha os planejamentos, uma vez que é a única professora regente da sua escola a participar do gestar e não tem com quem discutir determinadas questões. As cursistas (Salete, Naicleide, Juclécia e Nadja) e o cursista (Fábio) da Escola Wilma Wzely, no NM 6, enfrentam grandes dificuldades para efetuar as atividades solicitadas pelo programa e orientadas nas oficinas, dentre os quais posso citar: a escola não tem Educadora de Apoio, não dispõe de recursos tecnológicos como máquina fotográfica, computador para uso do professor, Internet, não xeroca ou imprime o material solicitado pelo professor. Tudo isso inviabiliza o bom desempenho dos professores e, consequentemente, o aproveitamento pelos alunos das benesses do programa. Entretanto, não impede que os cursistas se reúnam uma vez por semana, planejem as atividades e tentem aplicá-las quando e da melhor maneira possível. No momento em que estive presente pude orientá-los melhor quanto ao uso das atividades propostas nos TPs e AAAs, qual a melhor forma de vivenciar as oficinas, sugeri a estratégia de elaborar sequencias didáticas para direcionar o trabalho, tirei dúvidas quanto alguns aspectos teóricos e práticos do programa, entre outros. De certa forma, o grupo está um pouco desestimulado por conta das dificuldades, mas não pensa em desistir, pois percebe que a melhor saída para a situação não é essa e sim, procurar sensibilizar a equipe gestora da escola para a importância do programa nos bons resultados da escola.
Compromisso e responsabilidade são as palavras que melhor resumem o estado de espírito das professoras da Escola Humberto Soares que participam do Gestar (Patricia, Prycila e Ezinete). Elas se reúnem com a educadora de apoio (Naedja), que também é cursista, uma vez a cada quinze dias e as discussões são, sempre, muito produtivas e enriquecedoras. Percebi, entretanto um desconforto geral porque, apesar da boa vontade em aplicar na sala de aula os conhecimentos e sugestões das oficinas do programa, o tempo é insuficiente para refletir, estudar e planejar melhor as atividades. O grupo reclamou bastante das exigências burocráticas do governo do estado e garantiu que se tivesse mais tempo disponível para pensar e operacionalizar o que o Gestar propõe, o reflexo na aprendizagem dos alunos seria bem maior. Um ponto bastante positivo observado nessa escola é a aplicação de algumas oficinas adaptadas em turmas de Ensino Médio e a solicitação constante de alunos, cujos professores não participam do programa, que também querem participar das atividades, o que os tornaria, também, autores dos murais expostos nos corredores da escola com as produções feitas por estudantes cujas professoras são cursistas. As cursistas da Escola Paes Barreto (Clara, Everlânia e Antonia)contam com o apoio da educadora de apoio (Edivângela), que também participa do programa, no planejamento e realização das oficinas propostas nos TPs. As reuniões acontecem, na escola, duas vezes por mês, sempre em uma quinta- feira pela manhã, com a participação de todas que, nesses momentos, procuram refletir juntamente com os teóricos cujas idéias dão suporte ao Gestar e preparar material para ser usado nos trabalhos. Percebi pequenas dificuldades em algumas cursistas somente quanto ao uso da informática como ferramenta para possibilitar a realização de determinadas atividades e, na medida do possível, procurei contribuir com esclarecimentos prestados individualmente. A unidade e o compromisso foram as marcas observadas no grupo, além, é claro, da disposição em contribuir com a aprendizagem dos alunos e com a educação de qualidade.
Na Escola Dom Antonio Campelo, os encontros para discutir e planejar a aplicação das oficinas do programa ocorrem duas vezes por mês e são momentos de muita empolgação e diálogo. Entretanto, percebi uma questão que dificulta bastante o trabalho das cursistas (Selma, Juliane e Samira): a falta de tempo para registrar o que está sendo vivenciado em sala de aula e, ainda, a reclamação de que a exigência do trabalho burocrático, por parte da secretaria, está diminuindo a possibilidade de investir mais na qualidade da aula; uma cursista chegou a declarar que ainda não conseguiu se encantar completamente pelo programa por conta dessas questões. É importante registrar que as atividades sugeridas nos TPs e AAAs estão sendo aplicadas e o resultado está sendo muito bom, basta ver as produções dos alunos expostas nos corredores da escola e no interior das salas de aula.
“Estamos conseguindo estudar, refletir e aprender mais a cada dia; e esse é o ponto mais positivo do gestar, entre tantos que o programa possui”. Foi a fala de uma cursista da EMAAF, escola que em uma das oficinas vivenciadas, contou com a colaboração importante de alunos da universidade que, no momento, estagiavam em turmas de Ensino Fundamental. As professoras (Eva, Heloisa e Francinete) e a educadora de apoio (Marineide) costumam se reunir duas vezes por mês, mas encontram dificuldades de operacionalização porque a escola não costuma providenciar o material necessário para que as oficinas sejam aplicadas a contento. Observei muito desconforto por causa disso, mas segundo elas mesmas, nenhuma pensa em desistir do gestar e abrir mão de tudo o que o programa proporciona.