sábado, 27 de dezembro de 2008

PRIMEIRA SEMANA DO GESTAR 2 EM PERNAMBUCO

Acho que a palavra que melhor define essa semana é “atípico”. No masculino porque se refere a tudo o que aconteceu.
Para começar, nós, que não somos da região metropolitana, ficamos hospedados em lugares diferentes e, o grupo com o qual eu fui, em um lugar distante do local da formação. Isso foi atípico porque o governo do estado, em seu excelente programa de investimento na formação continuada do professor, tem se preocupado com esse ponto, uma vez que sabe da dificuldade de locomoção em uma cidade como Recife e considera que esse é um dos pontos que pode favorecer ou dificultar o rendimento e a participação do grupo. Acredito que esse foi o motivo de, nessa semana, observarmos pessoas chegando atrasadas e, de certa forma quebrando um pouco o ritmo dos trabalhos. Esse foi um ponto negativo, mas superável, uma vez que já fomos informados de que em maio, quando retornarmos para a segunda semana de encontro , não ocorrerá novamente.
Atípico, também, foi o desempenho de alguns formadores da UNB que não correspondeu às expectativas dos cursistas de Pernambuco. Durante o lanche e em momentos de conversas informais, ouvi muitas observações negativas a respeito da falta de objetividade, disposição, dinâmicas, sugestões, respostas seguras e até de momentos de reflexões pertinentes acerca do material. Na verdade, isso foi uma surpresa e uma decepção porque gerou desânimo e um certo descompromisso dos cursistas, uma vez que no último dia percebi o esvaziamento nas turmas em questão. Isso não ocorreu na minha turma, graças a Deus, à nossa formadora e também, à turma que mostrou-se dinâmica e participativa com intervenções pertinentes e importantes sobre os assuntos abordados. Fiquei bastante feliz em fazer parte desse grupo, no qual reinou um clima de amizade, respeito e descontração.
É ainda atípico passar uma semana inteira em uma formação. Geralmente, passamos 3 ou 4 dias, o que é mais propício e rentável. Foi notável o cansaço e o pouco rendimento no último dia. Acho até que a programação favoreceu isso, pois o filme exibido já havia sido visto pela maioria dos participantes e não foi feita acerca dele nenhuma discussão ou outra atividade qualquer. Minha turma, por solicitação, não participou desse momento e só ganhou, pois pudemos compreender melhor o material e dar continuidade a algumas reflexões iniciadas nos dias anteriores.
Também foi atípica a atitude de um dos coordenadores da UNB que fez questão de separar o grupo de Português e Matemática (na hora do lanche). Acho que esse seria um momento de encontro e, de certa forma, confraternização, uma vez que não foi propiciado nenhum momento para tal e nós sentimos falta. Acho que seria importante que os participantes do evento pudessem se conhecer melhor, compartilhar vivências e até ter um pequeno momento de descontração e relaxamento (juntos e em um mesmo ambiente) em uma semana tão corrida e cansativa.
Citando outra coisa atípica, reporto-me agora ao local do evento. O Centro de Convenções de Olinda não é apropriado para um momento como esse: as cadeiras, por não terem braços, inviabilizaram o apoio de cadernos e livros, o que dificultou bastante nosso trabalho de anotar o que precisávamos; no primeiro dia faltou água nos banheiros; o ar condicionado mostrou-se ineficiente, uma vez que esfriava demais em algumas salas e não cumpria sua função em outras; não havia cadeiras no saguão para que as pessoas pudessem sentar durante o lanche, não havia opções de restaurantes e lanchonetes no local. Por outro lado, o serviço de som, vídeo e luz funcionaram perfeitamente, o que contribuiu para que parte importantíssima do evento fosse vivenciada a contento.
Atípico também foi o comportamento da nossa formadora, Isabel Ferreira, pois sempre ouvimos falar que as pessoas de Brasília costumam ser sisudas e fechadas, mas ela desfez nossa impressão e mostrou-se alegre, descontraída e receptiva às críticas e sugestões. Ainda se mostrou disposta a contribuir com outras discussões que pudessem nos auxiliar no nosso trabalho. Merecem também destaque a sua humildade e simplicidade ao dividir conosco seus conhecimentos e vivências. De maneira clara, direta e objetiva, Isabel nos levou a conhecer e analisar criticamente o material do Gestar II e perceber a riqueza da maior parte dele, de que forma vai contribuir, de fato, para a melhoria do processo ensino aprendizagem e, ainda, nos fez ver até que ponto podemos fazer intervenções para adequar o material à realidade da nossa região e do nosso aluno.
O governo de Pernambuco, em uma atitude, de certa forma, também atípica, nos informou que - diferente dos outros locais que já implantaram o Gestar - nós não teríamos redução de carga horária para nos dedicarmos à formação. Isso nos fez refletir acerca da qualidade da formação que teremos que proporcionar aos nossos colegas e no pouco tempo que teremos para nos dedicar a estudar e preparar material, então decidimos elaborar um documento assinado por todos os participantes dessa semana e encaminhar ao secretário de educação.
Acredito que as reflexões sobre Língua Portuguesa feitas essa semana foram pertinentes e importantes e que todos saímos com conhecimento e informação suficientes sobre o programa Gestar II e o material de estudo, o que vai contribuir, e muito, para a melhoria da qualidade da educação em Pernambuco.

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